sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Baioneta não é voto e cachorro não é urna

Por Bruno Hoffman, redator da revista Brasil, Almanaque de Cultura Popular
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(Fotos: Luciano Andrade)


Em 15 de novembro de 1978, os eleitores iriam escolher senadores, deputados estaduais e federais. De um lado, a Arena (partido dos militares); do outro, o MDB (de oposição). Para buscar votos, o MDB organizou uma caravana pelo Nordeste. Na liderança, o presidente do partido, Ulysses Guimarães.

Em várias reuniões, arbitrariedades e abusos deixaram o clima pesado. O momento mais tenso ocorreu em 13 de maio de 1978, em Salvador. Policiais bloquearam a sede do MDB com cachorros e fuzis com baionetas. Ulysses aproximou-se de um policial e bradou, enquanto empurrava sua arma: “Respeitem o líder da oposição!”.

Dentro da sede, fez um discurso histórico: “Meus amigos, foi uma violência estúpida, inútil e imbecil. Eles nos ajudam muito”. E encerrou com a frase que se tornou célebre: “Baianos, marchemos para a vitória a 15 de novembro. Baioneta não é voto e cachorro não é urna”.

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