domingo, 6 de junho de 2010

Raul Silva, o craque anapolino (II)

Publicado na edição de 30/05/2010 do jornal Diário da Manhã

Em seu livro “Sou anapolino, com muito orgulho”, dr. Wolney Ronaldo Silva, conta fatos históricos da vida do seu pai Raul Silva, como craque de futebol, alfaiate e motorista. Narra as aventuras de Raul viajando para o Norte, onde muitas vezes era obrigado a adiar em um dia a saída, pela precariedade das estradas, mesmo dentro de Anápolis. Conta o drama que era ir de Anápolis a Goiânia passando pela serra da Sozinha, hoje no município de Goianápolis. Caminhão em dia de chuva levava horas para vencê-la. Ônibus subia a Sozinha de ré. Como alfaiate, Raul era exímio profissional. O único de Anápolis que fazia paletó sem costura. Seu brilho maior, onde fez história, foi no futebol. Pela sua vida podemos compreender melhor a história do futebol anapolino.

Na inauguração do campo do sítio ( João D`ai)- Jundiahí, em 3 de setembro de 1933, Annápolis Sport Club( futura Associação Atlética Anapolina) enfrentou a União Sportiva Ypamerina, campeã do Sul do Estado, vencendo por 4 x 1. O primeiro gol foi marcado por Vicente Puglisi, conforme reportagem do jornal “ a Voz do Sul,” de setembro de 1933. O historiador João Asmar assim relata o evento numa de suas crônicas da época: “ A inauguração desse novo campo foi uma grande festa. O jogo foi colossal, animado, bem disputado e sem violência.” O Annápolis, nessa partida, jogou com Tonico Puglisi, Teófilo, Mecânico e Cardosinho; Thomaz, Chico Veloz e Nenem Nargnari: Vicente Puglisi, Solico, Raul, Arnaud e Joaquim da Honorata.

Em 1933, com apenas l6 anos, Raul Silva foi lançado no time principal do Annápolis num jogo que aconteceu na cidade de Goiás. Os dirigentes da equipe tiveram que solicitar permissão ao seu pai, Emidio Estevão da Silva, para que ele pudesse viajar e jogar. Em 1936 o presidente annapolino, Gisberto Ferraresi, trouxe o Ituverava Esporte Clube, de Ituverava-SP, para jogar contra seu time em Anápolis. O resultado foi de l x 1. Primeiro jogo interestadual realizado no município.

Sob a presidência de João Isaac Abrão, em 1938, foi fundada a União Sportiva Operária (futuro Anápolis Futebol Clube) que passou a ser principal adversária do Annápolis Sport. Seu uniforme , no momento da fundação, era camisa listrada na vertical amarela e branca. Posteriormente, camisa branca e uma listra horizontal preta, com 10 cm de largura. Seu emblema era um losango branco com as iniciais U.S.O. Assim como o Annápolis se transformaria na Associação Atlética Anapolina a Operária transformar-se-ia em Anápolis Futebol Clube. Daí a rivalidade entre as duas equipes.

Em l940, já bastante endividado o Annápolis Sport Club encerrou provisoriamente suas atividades e seus jogadores se transferiram para a União Operária. Em 1941 o campo do Jundiahí foi leiloado para pagar dividas do Annápolis. No mesmo ano foi a vez da Operária encerrar suas atividades esportivas e os atletas irem para o annápolis que retornava às atividades. No final de 194l, com o leilão do campo do Jundiahí e retorno do Annápolis foi inaugurado o Campo Novo, perto do Cemitério Velho – hoje Praça Americano do Brasil – que funcionou alguns meses.

Dia 17 de maio de 1942 foi inaugurado o Estádio Manoel Demóstenes, em terreno cedido pelo fazendeiro José Gomes de Paula, ao lado da estrada de ferro e próximo à Induspina e armazem-máquina de beneficiar arroz da família Pina. O campo foi construído pelo prefeito nomeado, Manoel Demóstenes Borba da Siqueira. A primeira partida disputada no novo estádio foi entre Annápolis e América de Morrinhos, com placard de Annápolis 5 x l Amárica. Riograndino, do Anápolis, foi o autor do primeiro gol no Manoel Demóstenes...

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