A questão da segurança pública em Anápolis está chegando ao fundo do poço. Se alguém, integrante da Secretaria Nacional dos Direitos humanos, chegar de surpresa à Delegacia Geral, principalmente à noite, encontrará, sem dúvida nenhuma, pelo menos uma mulher, geralmente usuária de drogas, algemada, sentada à cadeira, passando a noite assim, nessa maneira desumana, aguardando momento de ser deslocada para o presídio de Aparecida de Goiânia. Por certo ficará escandalizada. Não havendo presídio feminino em Anápolis, essa é maneira que são tratadas as detentas. Mas não é só isso. Ai está apenas uma das questões que comprometem o sistema prisional anapolino. Desde o ano passado tem sido debatido o problema, que com R$ 15.000 seria resolvido. Por falta de interesse o assunto não é solucionado, humilhando dezenas de mulheres, geralmente das camadas mais pobres da população, desrespeitando o mais elementar dos direitos da pessoa humana. Presídio que foi construído para abrigar 60 presidiários à disposição da Justiça, na prática abriga mais de 320 presidiários já condenados. Vivem numa situação desumana. Barril de pólvora pronto a explodir a qualquer hora.
O índice de criminalidade, motivado pelo excessivo uso de drogas, principalmente entre os jovens, é cada vez maior. É comum ao andarmos pela cidade encontrar jovens armados, principalmente com facas peixeiras, livremente, sem nenhuma preocupação. A facilidade que encontram para cometer os crimes e deles se livrarem com facilidade, tem servido para o aumento da violência.
Ontem, sábado, dia 2 de abril, a ação dos marginais chegou ao máximo que se pode esperar dos bandidos. Nestor Fernandes de Medeiros, motorista da Rádio Manchester de Anápolis, ao sair da Vila Formosa, onde reside, para pegar a funcionária Renata, da mesma emissora, no Bairro São João, mesma região em que se encontra instalado o Batalhão da Polícia Militar, foi abordado por um cidadão, armado de revolver 38, anunciando ser um assalto:
– Passe os documentos, celular e carteira, rápido! Você é motorista da rádio que critica a gente. Isso é para não falar mais de nós.
Nestor, homem trabalhador, por certo teve todo seu trajeto diário acompanhado pelo bandido que, sozinho, sem veículo, agiu com a certeza da impunidade. O simples assalto já é fato inusitado, por ser praticado contra um motorista cujo carro estampa nas portas da viatura o nome da emissora de rádio. A agressão teve o objetivo de intimidar. Intimidar quem os atrapalha pelo simples fato de noticiar os crimes que cometem. Sabia o assaltante que um motorista de emissora de rádio, de manhã, 6h40, não poderia lhe render bons lucros materiais. O ato teve apenas um motivo: intimidar. O recado foi dado pelo bandido.
Quando até um motorista de emissora de rádio é assaltado à luz do dia, num bairro densamente povoado, bem perto do batalhão que comanda a Polícia Militar, é o fim de tudo. Ou vamos esperar que os bandidos assaltem e prendam integrantes da polícia para reagirmos? Não é só em Goiânia e Entorno de Brasília que a criminalidade cresce. Ela cresce em todo Goiás. É hora de repensar a melhor forma de defender o cidadão goiano. Não se pode esperar mais.
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