quarta-feira, 20 de junho de 2012
As constantes nomeações de governadores
Nós, do Movimento Democrático Brasileiro - MDB havíamos preparado Íris Rezende Machado para ser o candidato a governador pelo partido, em 1970. Como prefeito de Goiânia, foi cassado em 1968, por força do Ato Institucional nº 5. Em seguida, pelo mesmo AI-5, as eleições para o Governo Estadual foram suspensas. Foi escolhido para governar Goiás, Leonino Caiado, em substituição a Otávio Lage de Siqueira.
Com o afastamento de Íris Rezende, que teve, também, seus direitos políticos suspensos por 10 anos, surgiu como a grande liderança das oposições em Goiás, Henrique Santillo. Eleito prefeito de Anápolis, enfrentando, com destemor, os representantes da ditadura em Goiás e não cedendo às violências e truculências que praticavam, usando forças da repressão, o médico Henrique Santillo que já como vereador, mostrara sua coragem e disposição à luta, automaticamente se transformou na maior liderança do MDB estadual.
O regime ditatorial, que já havia apelado para a nomeação de governadores estaduais em 1970, repetiu a dose em relação às eleições de 1974. Henrique Santillo que preparara sua candidatura ao Governo do Estado em 74, decidiu disputar o mandato de deputado estadual. Assim, exerceria suas atividades como médico pediatra em Anápolis e mandato de deputado estadual. Durante os três ano em que foi prefeito, dedicou-se, exclusivamente, à Prefeitura. Não queria abandonar suas atividades como médico. Concorri a deputado federal, embora não me houvesse preparado para isso, abrindo oportunidade para que ele fosse eleito para a Assembleia Legislativa. Mesmo saindo candidato de última hora, fui o segundo mais votado da bancada emedebista. Juarez Bernardes foi o mais votado.
Irapuan Costa Júnior, primeiro prefeito nomeado de Anápolis, depois da transformação do Município em Área de Interesse da Segurança Nacional, conforme o esperado por todos, foi escolhido Governador para substituir a Leonino Caiado.
No Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa, continuamos a luta pela redemocratização. A estupenda vitória alcançada pelo MDB em nível nacional, deu novo ânimo aos democratas. O MDB elegeu 16 senadores; quase 100 deputados federais, centenas de deputados estaduais e maioria na Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro. Graças a essa vitória, Chagas Freitas (MDB) foi nomeado Governador do Rio de Janeiro.
Evandro Carreira que não se elegera vereador em Manaus nas eleições anteriores, em 1974 seria eleito senador. Lázaro Barbosa que perdera para deputado estadual, foi eleito senador por Goiás. Nelson Thibau, suplente de vereador, foi mais votado a deputado federal que seu companheiro Tancredo Neves, em Belo Horizonte. No Paraná a Arena lançou chapa completa e fortíssima para a Câmara Federal. O MDB não conseguiu lançar mais que 17 candidatos, sendo muitos desconhecidos do eleitorado. A Arena elegeu 16 deputados e o MDB elegeu 16 dos l7 lançados. Enquanto Álvaro Dias com mais de 200 mil votos, Antônio Belinati e Alencar Furtado tiveram mais de 100 mil votos; Osvaldo Busquei, Pedro Lauro, Expedito Zanotti e Gamaliel Galvão se elegeram pela legenda com menos de cinco mil votos. Foi uma verdadeira revolução pelo voto. Golpe violento contra a ditadura.
Exercíamos a atividade parlamentar, mas já estávamos de olho na Governadoria do Estado, para as eleições de 1978. Tínhamos a convicção de que, com a forte reação popular ocorrida nas eleições de 1974 em todo o Brasil, o sistema ditatorial havia se esgotado. Não havia ambiente para novos casuísmos. Henrique Santillo pelos autênticos, e Juarez Bernardes pelos moderados, eram as duas maiores forças políticas do MDB e do Estado, para a governadoria... (continua)
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eleições de 1974,
Henrique Santillo
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