A Área de Proteção Ambiental (APA) do Ribeirão João Leite foi criada em 27 de dezembro de 2002, com cerca de 720 km². Dela fazem parte os municípios de Anápolis, Campo Limpo de Goiás, Goiânia, Goianápolis, Nerópolis, Ouro Verde e Terezópolis de Goiás. Sua implantação levou muita intranquilidade aos proprietários rurais da região. Restrições para o livre manejo da terra os revoltaram. Sem uma clara especificação do que se podia ou não ser feito, trouxe descontentamento geral aos hortifrutigranjeiros. A ideia que se tinha é que o proprietário era o dono, mas não mandava. Deram a volta por cima. No momento a APA já está apresentando resultados positivos.
Para driblarem os impedimentos e restrições, criaram o Consórcio Intermunicipal da Área de Proteção Ambiental do Ribeirão João Leite, incluindo produtores dos municípios de Campo Limpo, Ouro Verde, Nerópolis, Terezópolis e Goianápolis. Embora sendo criado só a partir de 2009, o consórcio coleciona grandes vitórias: estradas vicinais dos cinco municípios estão sendo recuperadas, evitando erosões; as nascentes catalogadas para a preservação e recuperação das matas ciliares; construção de aterros sanitários individuais ou compartilhados, como o de Ouro Verde e Campo Limpo de Goiás; produção de hortaliças sem agrotóxicos e luta incansável para a implantação da rede de esgoto sanitário no setor urbano de todos municípios, são algumas das conquistas obtidas.
O consórcio, presidido pelo prefeito de Terezópolis, Uilton Pereira dos Santos, decidiu que por ocasião da Exposição Agropecuária de Goiás, a ser realizada no próximo mês de maio, em Goiânia, neutralizará toda emissão de carbono, produzida pelos animais expostos à feira, plantando árvores na região da APA do Ribeirão João Leite, acima da quantidade do gás emitido. Querem os integrantes do consórcio conscientizar a população que todo empreendimento econômico, que degrade a natureza, seja imediatamente restaurado.
A Área de Proteção Ambiental do Ribeirão João Leite está modificando também a forma de agir dos ceramistas. A região que vai de Anápolis a Ouro Verde é rica em barro para cerâmica. Durante muitos anos as indústrias produtoras de tijolos, telhas, telhões e lajotas extraíram milhares de toneladas de argila de maneira predatória. Retirando o barro, deixando para trás o rastro de destruição. Crateras abertas e abandonadas. Sob a liderança de Laerte Simão, vice-presidente do Sindicato Estadual dos Proprietários de Cerâmicas e proprietário de cerâmica em Campo Limpo, representantes de 30 indústrias de tijolos localizados na APA do Ribeirão João Leite, se reuniram no dia 30 de setembro do ano passado, aderindo ao projeto para elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima), na região. Sem a elaboração do EIA/Rima, as cerâmicas não conseguiriam obter a renovação de licença de funcionamento. Agora só trabalharão nessa atividade as empresas que atenderem o Plano de Manejo Estadual visando a exploração sustentável do minério. O projeto do EIA /Rima foi contratado e pago pelos proprietários das cerâmicas ao custo de R$ 600 mil. Os empresários da APA que não aderirem ao projeto, não terão suas licenças renovadas.
O Sindicer-GO, presidido por Henrique Wilhelm Morg de Andrade, com base no que ocorre na APA do Ribeirão João Leite, decidiu cadastrar todas as cerâmicas do Estado, para que da mesma forma venham o mais rápido possível usar o manejo correto da argila.
Além de Henrique Wilhelm de Andrade, presidente do Sindicer-GO, muito tem trabalhado para mudar os costumes e hábitos dos proprietários de cerâmicas em Goiás, o vice-presidente do sindicato, Laerte Simão. Defensor incansável do desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente. Para os ceramistas preservar a natureza é obrigação de todos.
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