quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
É Preciso Ser Ousado
A inexistência de viaduto e até mesmo de uma simples rotatória, na BR-153 ligando Anápolis City com Bairro de Lourdes, acidentes pavorosos aconteciam naquele trecho da rodovia federal, todas as semanas, causando dezenas de vítimas. Cansado de cobrar das autoridades federais e não ser atendido, o prefeito Wolney Martins decidiu investir parte dos poucos recursos disponíveis no Tesouro municipal para resolver o problema. Toda obra foi paga pelo município. A administração estadual colaborou em parte na movimentação de terra. Foi trabalho ousado e fundamental na preservação da vida dos que diariamente transitavam e transitam pelo local.
Ao suceder Wolney Martins acertei com o governador Maguito Vilela que faríamos pelo Dergo o anel viário de Anápolis. Basílio, arquiteto do Departamento de Estradas de Rodagens do Estado de Goiás, elaborou o projeto. Sairia da BR-060 em frente ao Calixtópolis encontrando com a BR-153 no trevo da saída para Brasília, até à proximidade da entrada ao povoado de Miranápolis. Dali cortando região rural do município até atingir o ponto inicial do anel, próximo ao posto Presidente, na BR-060. O Dergo realizou a concorrência pública e os serviços tiveram início pela abertura da segunda pista da BR-153, a partir do trevo que liga Anápolis a Brasília.
Contando com a decisiva colaboração dos meus ex-companheiros da Câmara Federal, Odacyr Klein – ministro dos Transportes e Tarcisio Delgado, diretor presidente do DNER, conseguimos repassar a obra para o ministério dos Transportes. Muito importante foi a participação de Iran Saraiva, ministro do Tribunal de Contas da União – TCU, desembaraçando junto ao Ibama, questões sobre preservação ambiental. Toda formalidade legal para a continuidade da obra foi agilizada pelo ministro, junto ao TCU.
Graças ao trabalho arrojado que a prefeitura de Anápolis e o governo estadual realizaram para construção da obra, contamos com o trecho da BR-153 duplicado do trevo que liga Anápolis a Brasília até próximo a Interlândia. O viaduto Ayrton Sena, construído na administração Wolney Martins, foi duplicado. Da mesma forma nova ponte construída sobre o córrego das Antas, ao lado da sede campestre do clube Lírios do Campo. Essa nossa decisão ousada e determinante ensejou a construção de outras obras valiosas no setor de transporte em Anápolis: viaduto na BR-153, cruzamento com a BR-414 que liga Anápolis a Corumbá de Goiás e viaduto no trevo ligando BR-153 à Vila Jaiara, principal ligação de Anápolis com o norte do Estado.
Firme tomada de posição pelo atual comandante do poder público municipal está sendo aguardada pelos anapolinos, para a continuidade normal dos serviços. O Denit está devagar, quase parado na execução de obras de menor complexidade e de muita importância para o município. Trincheira e passarela ligando os bairros Jardim Progresso ao Parque dos Pirineus estão paralisadas há meses. Denit não dá qualquer esclarecimento do porque de tanto atraso. Trecho da BR-153, do início da BR-414 ao trevo Vila Jaiara tem sido palco de inúmeros acidentes com vitimas fatais. A população do parque dos Pirineus encontra-se totalmente ilhada. As crianças do parque estudam no Jardim Progresso, têm que atravessar as duas pistas da rodovia e pistas auxiliares sem nenhuma segurança. Foram instalados na BR-153 todos os postes e luminárias no trecho compreendido entre trevo saída para Brasília à Vila Jaiara, há pelo menos seis meses. Não há sequer previsão de quando a iluminação funcionará. Da mesma forma o trevo no final da Avenida Universitária e início da BR-414 precisa de reformulação completa e imediato sistema de iluminação. Denit não soluciona o problema e sobre eles nada comenta. Para a iluminação da rodovia e do trevo estão faltando transformadores. Celg e Denit não se acertam. Sem interferência enérgica do poder público municipal as pequenas, mas importantes pendências se perpetuam. O Executivo municipal de Anápolis já deu provas no passado, que muita coisa se consegue assumindo responsabilidade que pertence ao governo federal.
domingo, 31 de outubro de 2010
A reunião que não era reunião
Fato curioso aconteceu em 28 de agosto de 1973: Milton era o vice-prefeito de Anápolis, quando cassaram o prefeito José Batista Júnior. Transformado o município em Área de Interesse à Segurança Nacional, prefeito passou a ser nomeado pelo presidente da República. Irapuan Costa Júnior, designado o primeiro prefeito nomeado. Decreto presidencial que cassou o mandato de José Batista e suspendeu por 10 anos seus direitos políticos não fez qualquer menção ao vice-prefeito Milton Alves. Não teve seu mandato cassado, nem os direitos políticos suspensos. Não lhe deram posse com a vacância do cargo. Ele também não questionou na justiça seu direito. Truculência praticada com base no AI-5 não era apreciada pela justiça. O AI-5 estava acima da Constituição Federal. Acima do AI-5, só o presidente da República, que possuia poder de aplicá-lo indiscriminadamente! Milton candidatou-se deputado estadual em 1974, elegendo-se ao lado de Henrique Santillo.
O Movimento Democrático Brasileiro era constituído de militantes destemidos. Na Vila Jaiara, a principal referência era José Luis Có, Zé Maneco. Amigo fiel, corajoso e participativo. Quando em 1966, o juiz eleitoral de Anápolis deixou de diplomar o vereador Henrique Santillo, o mais votado naquele pleito com 1.536 sufrágios, sob a alegação de que era fichado como comunista na G-2 da Polícia Militar de Minas Gerais. Zé Maneco não o deixou sem companhia um minuto sequer. Só se afastou quando Henrique foi diplomado e empossado.
Milton Alves era muito ligado ao Zé Maneco. Morador na Vila Jaiara, mas com amigos por toda cidade. Cearense, conhecia toda colônia nordestina de Anápolis. Organizava as reuniões domiciliares e setoriais. Eram reuniões geralmente com pouca gente. Reuniões de líderes convictos em favor da redemocratização do Brasil. Participantes levavam para sua comunidade os ensinamentos que lhes passávamos. Graças a isso estávamos em todos os setores da cidade. Com as reuniões, o partido estava vivo e ativo. Companheiros sabiam que tinhámos argumentos sólidos contra a ditadura. Milton Alves era um dos baluartes dessa luta. Não tinha preguiça. A qualquer hora e para qualquer reunião que fosse convocado fazia questão de comparecer.
Reunião marcada para o bairro João Luiz de Oliveiro, o candidato a deputado estadual Milton Alves solicitou ao amigo José Maneco que fosse conversar com os companheiros até que chegasse. Naquele mesmo dia participaria de comício em Nerópolis. Chegaria à reunião um poucoo mais tarde.
À tarde, quando Milton já estava em Nerópolis, faleceu um vizinho do proprietário da casa onde a reunião aconteceria. Organizadores do encontro acharam prudente suspendê-la. Não havia telefone celular para que Milton fosse avisado. À noite, Zé Maneco misturou-se com a pequena multidão que participava do velório. Esperava o candidato e amigo.
Milton Alves ao chegar, vendo aquela quantidade de gente do lado de fora da casa, não sabendo tratar-se de velório, ficou eufórico. Nunca tinha participado de reunião tão numerosa. Antes mesmo que seu motorista estacionasse o carro, desceu tropeçando, quase caindo, e foi ao encontro de Zé Maneco:
- Ei, Zé Maneco! Isso que é liderança! Isso aqui não é reunião! Isso é um comício!
Muito discreto, Zé o arrastou para um canto, cochichou alguma coisa ao seu ouvido. Em seguida foram para o interior da casa, onde o corpo era velado.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Credibilidade conquistada no dia a dia
Em 1986, nos meus primeiros dias como prefeito, decidi construir um novo presídio em Anápolis. A cadeia pública não atendia as necessidades do município. Foram expedidas cartas convite a cinco empresas que prestavam serviço ao governo estadual. Fiquei surpreso quando foram abertas as propostas. A ganhadora dentre as cinco correntes, propunha realizá-la por quase três vezes mais que o seu verdadeiro custo e recursos disponíveis pela prefeitura. O Ministério da Justiça já construíra em outros estados, edificação idêntica à de Anápolis, por dois milhões e quinhentos mil cruzeiros. A firma que vencedora a orçou em seis milhões de cruzeiros.
Não a homologuei, determinando outra licitação. Convidei empresas de Anápolis. O secretário do Planejamento da prefeitura, engenheiro Jader Barbosa, estabeleceu preço máximo e mínimo para a sua execução. A empresa vencedora foi a Emisa, dos jovens engenheiros João Batista Emidio e Amador. Executaram o projeto com acréscimo de itens importantes, como cabines para sentinelas, dentro do orçamento e recursos que dispúnhamos.
Adotando a técnica de preços máximo e mínimo fixados pela secretaria municipal do Planejamento, a Emisa construiu o Mercado do Produtor, feirões cobertos, kartódromo, biblioteca pública, terminal rodoviário urbano, recuperação do asfalto urbano cortado pela implantação da rede de esgoto e uma série de empreendimentos nos setores da saúde e educação realizados pela prefeitura. Aprendi bem cedo que a licitação, por carta convite ou qualquer outra modalidade, não impede que empresários se reúnam, fazendo conchavos que invariavelmente dobram ou até triplicam o valor obra.O recurso é estabelecer valor máximo e mínimo para execução do serviço. Podem fazer o conluio que quiserem que o valor justo será preservado.
Hoje a Emisa que executou serviços para a prefeitura, dentro de excelente padrão de qualidade, competência e honestidade, se consolidou como incorporadora e maior construtora de edifícios verticalizados em Anápolis. Com mais de 400 profissionais e trabalhadores na área da construção civil, só executa empreendimentos particulares. Não tem participado das licitações para obras públicas.
Em seus 33 anos de existência, granjeando a confiança dos anapolinos, a Emisa construiu dezenas de edifícios verticais, quase todos de 20 andares, por todas as regiões da cidade. Tem na Caixa Econômica Federal, forte parceira. A Facilidade encontrada pela população na obtenção de crédito para o setor imobiliário tem sido o motor que a impulsiona.
Depois construir vários edifícios no Jundiaí e Setor JK, a Emisa anuncia para o início de agosto próximo, a realização de ambicioso plano. Vai edificar cinco prédios verticais, todos dentro de uma mesma área de terra, com vinte andares cada um, na Vila Jaiára. O terreno fica na parte mais alta da cidade, que pertencia à empresa Vicunha. Serão cinco torres com 300 apartamentos, na vista mais privilegiada de Anápolis. Melhor, são apartamentos populares, para o povão.
A Vila Jaiara é o principal bairro do município. Maior que mais de 200 municípios goianos. A Emisa provou que vale a pena trabalhar com honestidade. Cresce com segurança e respeito. Nestes 33 anos de existência, faz parte da Anápolis que tem dado certo!
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Persistência do frei Raimundo de Oliveira
Raimundo de Oliveira Lima, o frei Raimundo, filho de Joaquim Oliveira e dona Fiuta, nasceu em l° de julho de 1915, em Itaguara, Minas Gerais. Noventa e cinco anos de vida profícua e coerente. De família humilde, passou a infância e juventude na roça. Trabalho duro e permanente. Sua mãe, muito católica, viveu intensamente o cristianismo. O queria padre. Pelo alto custo que ficariam os estudos no seminário, não assistiu em vida a realização dos seus sonhos. A família, embora humilde e desprovida de recursos financeiros, repartia o pouco que possuía com os mais pobres e necessitados.
Alfabetizado em uma pequena escola rural, distante de onde morava, ia e vinha descalço, para não desgastar as botinas. Na volta, quando se aproximava de casa, lavava os pés e se calçava. Mesmo sem condição financeira para se tornar padre, Raimundo sempre foi baluarte nas atividades e serviços das igrejas que frequentou. Em Itaguara, nos seus momentos de descanso, ajudava padre Gregório e posteriormente padre Viegas, como coroinha.
Apaixonado pela prima Zezé, professora primária, Raimundo com ela se casou no início dos anos 40. Algum tempo depois, com o nascimento do seu primeiro filho, Waldir, a família mudou-se para Goiás, indo residir no distrito de Souzânia, em Anápolis, na fazenda de Francisco Mendonça. Lá, Raimundo lecionou em uma escola rural, mantida pelo fazendeiro. Encerrado o contrato de trabalho, mudou-se para Anápolis, indo trabalhar no Cartório de 2° Ofício, cujo titular era Almiro Amorim.
Ao mesmo tempo em que prestava serviço no cartório, Raimiundo auxiliava a monsenhor Pitaluga na Igreja Matriz do Bom Jesus, ao lado de congregados marianos e vicentinos. Ministrou cursos, especialmente para jovens e casais. Surgindo como líder respeitadíssimo e carismático, em 1962, elegeu-se vereador pelo PSD, comandado em Anápolis pelo cel. Achiles de Pina. Sem recursos para fazer a divulgação da sua campanha, recebeu um cheque de 10 mil cruzeiros do cel. Achiles de Pina, como doação. As cédulas que usou foram confeccionadas em máquina de datilografia. Foi eleito, com consagradora votação.
Como gastara apenas um mil e oitocentos cruzeiros, dos dez mil recebidos de Achiles, o vereador Raimundo de Oliveira Lima foi até sua casa devolver-lhe os oito mil e duzentos cruzeiros restantes. Impressionado com a simplicidade e honestidade do seu mais novo vereador, Achiles o elogiou bastante pela forma correta e ética como procedeu, mas lhe disse que com aquele dinheiro mandasse confeccionar o terno para a posse. Isso foi atendido. O terno sendo feito por Boulanger Brossi.
Em 1966, já consagrado como grande líder anapolino, Raimundo de Oliveira Lima foi reeleito vereador, agora pelo MDB. Ao mesmo tempo, cursava o diaconato por solicitação do bispo Epaminondas de Araújo. Encerrado o curso, renunciou ao mandato de vereador, que estava pela metade. Depois de conversar com o bispo, chegaram à conclusão não ser correto exercer as duas atividades simultaneamente. Preferiu deixar a política e ficar com a igreja.
Com a morte de sua companheira, após a missa de sétimo dia foi comunicado por frei Silvestre que seria convidado a ser padre. Surpreso, conversou com seus filhos Waldir, Emanuel e Walter, que o incentivaram a aceitar o convite, quando formulado oficialmente. No dia 30 de maio de 1993, o bispo de Anápolis, dom Manoel Pestana, o ordenou frei.
Hoje, esse cidadão queridíssimo de todos os anapolinos completa seu nonagésimo quinto aniversário de nascimento, 95 anos de uma existência exemplar. Cercado de carinho de filhos, noras, netos e bisnetos. Continua celebrando normalmente as missas, nas paróquias da Vila Jaiara, onde é estimado por todos. Frei Raimundo de Oliveira Lima: uma vida abençoada e repleta de realizações.
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Respeito ao povo e ao dinheiro público
O voto do eleitor brasileiro tem sido muito mais pelo emocional que pela razão. Isso porque ninguém acredita em “proposta” de candidato. Só vamos alterar essa cultura, quando eleitor, além de votar, exigir do eleito que cumpra a palavra empenhada na campanha eleitoral.
Os japoneses estão nos dando, mais uma vez, lição de democracia e cidadania. O primeiro-ministro Yukio Hatoyama , antes de completar nove meses no cargo, foi obrigado a renunciar sob pressão popular. Hatoyama assumiu compromisso de, sendo eleito, retirar a base militar do exército americano em Okinawa, ilha no sul do Japão. No cargo, desistiu da ideia, passando a defender a presença da base em solo japonês por questão de segurança nacional. Sua mudança de comportamento revoltou a população, obrigando-o a renunciar o cargo.
Para substitui-lo, foi designado Naoto Kan, que ao contrário de Hatoyama defendeu publicamente a permanência da base militar de Okinawa. O povo aceitou sua proposta. A revolta popular não se deu pela manutenção ou retirada da base militar americana, mas sim por promessa enganosa. O japonês não aceitou ter sido enganado, exigindo sua renúncia sob pena de impingir-lhe fragorosa derrota na próxima eleição parlamentar. Seu substituto defendeu a presença da base militar americana e foi aceito pela maioria, sem nenhuma contestação. Governante tem que ter segurança nas suas propostas. Perdendo a confiança da população não merece permanecer no cargo.
Infelizmente, aqui entre nós, a maioria diz que “conversa de político e risco na água têm o mesmo valor”. Por isso que os debates políticos se aproximam cada vez mais de programas policiais, em que o denuncismo prevalece. Vence quem melhor denuncia, mais ataca e usa de expedientes ilícitos. Vence quem melhor mexe com o emocional do eleitor. Além de nada proporem, muitos, ao assumirem o cargo, destroem ou não dão manutenção às obras que seus antecessores realizaram.
O Projeto Dom Bosco, criado em Anápolis desde 1986, é ótimo exemplo dessa irresponsabilidade. Durante seu funcionamento, instruiu e encaminhou milhares de crianças e jovens à aprendizagem profissional e ao primeiro emprego. Foi fechado por Ernane de Paula e nunca mais voltou a funcionar pelas administrações que o sucederam. Para Ernane José de Paula, o programa fazia lembrar Adhemar e Onaide Santillo. Por isso teria que ser destruído. Não deixou nem um vestígio da sua existência de tantas conquistas e glórias. Todos equipamentos, máquinas e materiais que lhe pertenciam sumiram. Até a sede principal do Projeto Dom Bosco, que adquirimos da Aeronáutica, na Vila Jaiára, foi repassada à Polícia Militar para instalação de uma unidade da PM. Enquanto isso, os jovens foram jogados à rua. Hoje centenas de garotos, que poderiam estar frequentando o Projeto Dom Bosco, fazem das ruas sua moradia e das drogas e flanelinhas sua aprendizagem.
O Centro Integrado da Mulher (CIM), dirigido pelo médico Maurício Machado, dentro de uma concepção moderna e avançada, desenvolvida pela Universidade de Campinas (Unicamp), em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), foi por nós implantado em Anápolis. Referência no atendimento à saúde da mulher, dentro e fora de Goiás. Pioneiro no serviço público goiano em prevenção de câncer de mama e colo de útero, evitou que milhares de mulheres contraíssem câncer. Apontado por médicos e entidades que militam na área como o mais importante programa de saúde da mulher em Goiás, foi reduzido a um posto de saúde por Ernane José de Paula, por ter a “cara de Adhemar e Onaide Santillo”. Inaugurado com a presença de José Aristodemos Pinotti, uma das maiores autoridades mundiais em programas de saúde da mulher, que só veio a Anápolis pelo valor do programa e seu pioneirismo em Goiás, o Centro Integrado da Mulher é apenas saudade.
Com a direção do médico Geová Leite Guedes, instalamos na Vila Jaiára o Hospital de Medicina Natural. Da mesma forma que o Projeto Dom Bosco e o CIM, foi extinto sem deixar vestígio.
Infelizmente, ainda não temos a mesma cultura política japonesa.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Fuxicos incomodam e destroem
Inconformado com a boataria veiculada por oposicionistas, afirmando que a candidatura de Vanderlan Cardoso jamais decolará, que os prefeitos da base governista o estão abandonando e que o PSB de Barbosa Neto foi orientado pelo comando nacional do partido a ficar ao lado do PT, o governador Alcides Rodrigues perdeu a paciência, classificando como fuxiqueiros os que assim estão procedendo. Forçado a explicitar se estava se referindo ao PSDB, apenas respondeu que “são os campeões de fuxico”. Fuxico é expediente condenável usado por pessoas medíocres, sem nenhum compromisso com a verdade. Denigrem a imagem de adversários com expedientes depreciativos, caluniosos e mentirosos.
Nas eleições de 2006, Maguito Vilela do PMDB, liderava a pesquisa de intenção de votos em Anápolis. Era necessária a destruição da sua credibilidade junto a população. Verdadeira central de boatos foi montada pelos adversários, lhe responsabilizando por tudo de ruim que havia ocorrido no Município nos últimos anos. O mais absurdo de todos os fuxicos, que ele teria sido o responsável pelo fechamento da indústria têxtil Vicunha, em Anápolis.
A diretoria nacional da Vicunha veio a Goiás, quando Maguito como governador e eu prefeito nos comprometemos a dar apoio até financeiro para que ampliasse as atividades da empresa em Anápolis. Numa solenidade pública muito concorrida , animada com banda de música e muito foguete, participamos do lançamento da pedra fundamental da empresa no Daia. Fomos ao Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, onde houve desfile de manequins com roupas feitas pelos tecidos de sua confecção. A maquete da ampliação das suas novas instalações foi exibida às autoridades, jornalistas e público presente. Acertamos até a data para o início das obras. Seria o maior complexo industrial da empresa no Brasil.
Simultaneamente, a Vicunha adquiria o controle acionário da Companhia Vale do Rio Doce, privatizada pelo governo Fernando Henrique Cardoso. A prioridade da empresa deixou de ser a fabricação de tecidos, para se transformar na exploração e venda de minérios. Além de não ampliar suas instalações conforme o que havia sido acertado, a Vicunha fechou sua unidade que funcionava na Vila Jaiára e outras existentes no Rio de Janeiro e São Paulo.Pretextando para isso a concorrência predatória praticada pela China no Brasil.
Os fuxiqueiros foram de casa em casa na Vila Jaiára e bairos próximos, atribuindo a Maguito Vilela o fechamento da Vicunha, em Anápolis. Ao mesmo tempo incluíam também como golpe de Maguito contra Anápolis a instalação da Perdigão em Rio Verde. Para os fuxiqueiros que rodavam aos bandos pelos bairros da cidade, a Perdigão viria para Anápolis, mas por ação direta do governador, deslocou-se para Rio Verde.
Essa ação criminosa bem orquestrada, em pouco tempo transformou Maguito Vilela no maior inimigo de Anápolis. Os fuxiqueiros cuja ação é condenada pelo governador Alcides Rodrigues, talvez os mesmos que destruíram a imagem de Maguito junto aos anapolinos, saíram vencedores. Destruíram a reputação de uma pessoa honesta, trabalhadora e prestativa, pela calúnia e mentira. Quem usa desse expediente para tirar vantagem, destruindo a reputação do adversário, não merece o apoio do povo. Crimes dessa espécie são iguais ou piores que os praticados por candidatos ficha suja.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Preconceito contra político
– Temos que conseguir cesta de alimentos para o Onofre. Sem dinheiro algum, sua família não suporta esperar o pagamento no final do mês. Além disso, ele precisa pagar um mês de aluguel adiantado.
Onofre era um amigo do Zé Maneco que havia chegado há pouco na cidade e, numa situação precária, precisava de nossa ajuda.
É muito natural que políticos sejam procurados para resolver problemas de pessoas carentes. Os próprios companheiros trazem estas situações, como aconteceu com o pedido do companheiro e líder na vila Jaiara, José Manoel Có, o Zé Maneco.
Como chefe de gabinete do prefeito Henrique Santillo, atendi Zé Maneco acompanhado do seu amigo Onofre, chegado recentemente de Minas Gerais, precisando de todo tipo de apoio para se instalar na cidade:
– Adhemar, o Onofre é mineiro, está morando na Vila Jaiara, gostaria que você lhe apresentasse à diretoria da indústria têxtil para arranjar-lhe emprego.
Conversei com um dos diretores daquela empresa que, para sorte do Onofre, justamente naquele dia, o responsável pelo almoxarifado havia solicitado demissão, abrindo a vaga. Quando Onofre foi em busca da vaga acompanhado do Zé Maneco, revelou que não tinha documento algum.
– Adhemar, o Onofre não possui nenhum documento!
Mandamos buscar a cópia da certidão de nascimento em sua terra natal, no interior de Minas. Fizemos sua inscrição na junta de alistamento militar. Tiramos sua cédula de identidade e carteira de trabalho. Conseguimos a abreugrafia. Onofre estava completamente documentado. Depois de muito tempo desempregado, estava agora em emprego fixo. Uma semana depois, Zé Maneco me procura, trazendo outras preocupações:
– Temos que conseguir cesta de alimentos para o Onofre. Sem dinheiro algum, sua família não suporta esperar o pagamento no final do mês. Além disso, ele precisa pagar um mês de aluguel adiantado.
Fizemos uma “vaquinha” entre os secretários da prefeitura em consideração à situação de necessidade do Onofre, que mal conhecíamos, mas, principalmente, em consideração ao Zé Maneco.
Nunca mais tivemos notícias do Onofre, imaginando que tudo estava bem. Voltei a vê-lo muito tempo depois, na tarde do dia da eleição de José Batista Júnior, nosso candidato a prefeito. Fora um dia cansativo e de muito trabalho para todos nós. A propaganda do candidato adversário tomava conta dos carros particulares e táxis, quase não se percebendo qualquer movimentação em favor de José Batista Jr. O que nos alentava eram a forma amistosa e os acenos positivos vindo dos eleitores transportados nos carros do outro candidato.
Foi nessa situação de preocupação com o resultado eleitoral que Zé Maneco e eu, desgastados pelo estafante trabalho do dia, nos encontrávamos em frente à quadra do CRA, onde a apuração aconteceria. Neste momento passava pela calçada oposta o Onofre, que foi saudado efusivamente por Zé Maneco:
– Ei, Onofre, já votou?
– Votei não, seu Zé!
– Por que você não votou, Onofre?
– Seu Zé, político nenhum presta. Só pensam neles. Não votei porque nenhum merece meu voto!
Nossa ansiedade só terminou com a apuração das urnas no dia seguinte. Mesmo que Onofre tivesse votado, nosso candidato José Batista Jr. teria vencido, pois a diferença se aproximou dos quatro mil votos.