quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Waltinho, um exemplo de coerência política

Publicado na edição de 05/08/2010 do jornal Diário da Manhã

Na primeira eleição para a Câmara Municipal de Anápolis com candidatos do MDB e da Arena, em 1966, dez dos vereadores eleitos pertenciam ao MDB, e cinco, à Arena. Foi nesse pleito que Henrique Santillo iniciou sua carreira política, sendo o vereador mais votado. Valmir Bastos, o mais dinâmico e competente vereador de todos os tempos no município, ficou na quarta suplência do MDB. Antes de encerrada a legislatura em 1970, Valmir Bastos Ribeiro se tornou titular. Quatro emedebistas – João Furtado de Mendonça, Adão Mendes Ribeiro, João Luiz de Oliveira e Oscar Miotto – faleceram durante a legislatura.

Com o falecimento de Adão Mendes Ribeiro, a maior liderança do partido em Rodrigues Nascimento, hoje Campo Limpo de Goiás, convidei Walter Gonçalves de Carvalho, morador daquele distrito e funcionário público municipal, para que se candidatasse a vereador, em 1970. Waltinho, por ser prestativo, extrovertido, desportista e profundo conhecedor de todos os moradores da região, não teve dificuldade em se eleger. Exerceu mandato de vereador por sete legislaturas. Durante 30 anos, representou o povo de Campo Limpo, na Câmara Municipal. Só deixou a vereança após a emancipação política de Campo Limpo, em 1997.

Assim que se elegeu, Waltinho chegou à secretaria da Câmara. Para a presidência, Antônio Marmo Canedo (MDB), e Valmir Bastos (MDB) para a vice presidência. Canedo faleceu no exercício do mandato. Valmir Bastos, o vice presidente, foi impedido pela maioria arenista de assumir o cargo. Para forçá-lo à renuncia, o prenderam várias vezes com a conivência das forças policiais repressoras. Como único membro da mesa presente às atividades, coube a Walter Gonçalves presidir as sessões. Evitou que afastassem, pelo golpe, o prefeito Henrique Santillo.

Os cinco arenistas, reforçados por três do MDB que eram comandados pelos adversários do prefeito dentro do partido, queriam afastá-lo das funções por meio da Câmara Municipal. Aproveitaram-se da morte de Marmo Canedo para a aplicação do golpe. Prenderam Valmir Bastos, sob a alegação de não ser ele preparado para exercer a presidência. Elegeram ilegalmente o mais idoso para comandar a mesa, montando processo fajuto contra Henrique Santillo. Sete vereadores leais ao prefeito passaram a se reunir no prédio da antiga biblioteca Zéca Batista, na Praça Americano do Brasil, sob a presidência de Waltinho. Os golpistas se reuniam no prédio da Câmara Municipal, situado à Rua Barão do Rio Branco. O juiz Clementino de Alencar considerou como única e legal a Câmara presidida pelo secretário, Walter Gonçalves de Carvalho. Pressionaram e o ameaçaram de todas as formas, mas Waltinho não se intimidou. A tudo resistiu. Só se afastou da presidência quando Valmir Bastos foi libertado. Essa é uma página importante da história escrita pela resistência democrática em Goiás.

Com a emancipação política de Campo Limpo de Goiás, Waltinho teve que se afastar da atividade política anapolina, ficando na cidade que sempre lhe apoiou. Como prefeito municipal, tem se constituído em extraordinário administrador. Ao assumir o posto em 1° de janeiro de 2009, encontrou uma prefeitura desorganizada. Concurso público municipal, realizado pelo antecessor alguns dias antes de deixar o cargo, efetivou os comissionados. Não lhe restou espaço para nomear sequer seus secretários. Com habilidade, dentro do seu espírito de homem público experiente e democrata, Waltinho é hoje aplaudido por todos. Com minoria na Câmara Municipal, tem vencido todos os obstáculos com o apoio total da população. Em quase todas as sessões da Câmara Municipal, uma multidão comparece se transformando na bancada do prefeito. Graças a isso, os entraves políticos vão sendo resolvidos. Waltinho já é reconhecido como o prefeito que possui a maior bancada de apoio: o povo. A população faz parte da sua administração.

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