Com a vitória esmagadora, surpreendente, de Henrique Santillo para a Câmara Municipal nas eleições de 1966, a celeuma que se criou em torno da sua diplomação pela justiça eleitoral, seu nome emergiu de maneira espontânea como a grande liderança política de Anápolis para substituir Raul Balduino, nas eleições de 1969.
Antes de 1966, nós os santillistas, embora tivéssemos nossas convicções políticas e ideológicas, não havíamos sido filiados a nenhum partido político. Passamos a militar em partido só a partir de 1966, quando nos filiamos ao MDB. A vitória de Henrique Santillo para a Câmara Municipal dava inicio a um novo rumo para o partido em Anápolis.
O Movimento Democrático Brasileiro no município foi organizado, muito mais em cima de divergências políticas locais, que compromisso de combate a ditadura, que era o seu compromisso nacional.
Henrique Fanstone que fora derrotado por Raul Balduíno, nas eleições de 1965, para a prefeitura de Anápolis, filiou-se a Arena. Os liderados por Achiles de Pina, Jonas Duarte e Raul Balduíno, até por falta de outra opção, pois haviam só Arena e MDB, filiaram-se ao MDB. O deputado federal Haroldo Duarte convicto e ferrenho combatente à ditadura de 1964 era exceção dentro grupo. O surgimento de Santillo foi o grande acontecimento da política Anapolina. Viria transformá-la completamente.
Como vereador deu sustentação ao prefeito Raul Balduino, ao mesmo tempo que organizou o MDB para sua missão histórica de combate ao autoritarismo.O movimento popular, movimento das massas de baixo para cima, cresceu tanto que fugiu do controle dos “cardeais” do partido. O povo exigia a candidatura de Henrique Santillo. Mesmo com o vasto apoio popular, a cúpula municipal não acostumada a pressão, queria Thales Reis, como candidato. Thales era ex-delegado de polícia e genro de Achiles de Pina.
Até aquele momento da história política Anapolina, Achiles de Pina era a grande referência, o grande eleitor. Sua força política era antiga. Desde a época em que a maioria do eleitorado de Anápolis era rural. Como maior cerealista do município, mantinha um relacionamento comercial e de amizade com os fazendeiros de Nerópolis, Brasabrantes, Nova Veneza, Damolândia, Ouro Verde, Goianápolis, Campo Limpo, Souzânia e Interlândia, todos distritos de Anápolis. Seu pedido de apoio e voto para essas lideranças rurais era órdem a ser cumprida.
Embora sem apoio popular, a candidatura de Thales, foi se consolidando dentro do MDB, pela indefinição de Henrique Santillo que relutava em aceitar sua candidatura. Moacyr Junqueira, editor chefe do jornal O Anápolis, diário pertencente ao deputado federal Anapolino de Faria, numa das suas edições, estampou em manchete “ Adhemar Santillo será o candidato do MDB”
Diante desse fato novo, Henrique anunciou sua disposição de disputar a prefeitura.
Ainda assim a cúpula emedebistas insistia com a candidatura de Thales Reis. Passadas algumas semanas, Henrique Santillo foi convidado para reunião com o prefeito Raul Balduíno e seus apoiadores. Foi selada a unidade emedebista, com Santillo para prefeitura, Thales para a vice.
O apoio do deputado federal Anapolino de Faria, desde o primeiro instante, a Henrique Santillo, foi decisivo para a sua escolha como candidato do MDB. Se não contasse com esse apoio de Anapolino, mesmo com toda manifestação popular ao seu lado, o resultado da convenção poderia ter sido outro.
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