Com a denúncia caluniosa, verdadeira deduragem do grupo contrário ao santillismo em Anápolis, se utilizando inclusive da Polícia Federal, o MDB local rachou por completo. O prefeito Henrique Santillo demitiu das secretarias e diretorias os integrantes da equipe denuncista. Ele que contava com folgada maioria de 10 vereadores contra 5 da Arena, na Câmara Municipal, viu seu partido transformar-se em minoria de 7 contra 8, com as adesões dos emedebistas Lincoln Xavier Nunes, Pedro Sergio Sobrinho e João Divino Cremonez , lhe fazendo oposição radical.
Com leucemia e saúde abalada, o presidente da Câmara, vereador Antônio Marmo Canedo-MDB pró Santillo, que mesmo debilitado pelo câncer lutava como um leão, não resistiu vindo a falecer. Walmir Bastos Ribeiro- MDB, que da mesma forma pertencia ao grupo autêntico que apoiava o prefeito, assumiu a presidência na qualidade de vice presidente eleito ao lado do presidente Marmo Canedo e Walter Gonçalves de Carvalho, secretário.
Os adversários de Henrique Santillo dentro do MDB, já haviam tentado a adesão de Walmir. Isso ocorreu num banquete realizado na casa de um dos integrantes do grupo. Na oportunidade ofereceram todo tipo de vantagens pessoais para que mudasse de posição. Não conseguindo, partiram para a perseguição e violência:
Mobilizaram órgãos da repressão para prender, torturar e levar Walmir Bastos à renúncia do mandato. Departamento de Ordem Política e Social – Dops, da secretaria Estadual de Segurança Pública e Policia Federal fizeram parte da ação. O vereador foi preso passando mais de 10 dias numa cadeia de Goiânia. Solto só após haver se comprometido que na Câmara Municipal ficaria ao lado dos três vereadores do MDB que faziam oposição a Henrique Santillo. No exercício do mandato Walmir continuou à frente da presidência da Câmara, apoiando o prefeito. Foi novamente preso por integrantes do Dops e Policia Federal. Ficou mais 15 dias totalmente incomunicável. Ganhou a liberdade depois de novamente se comprometer a deixar a liderança de Henrique Santillo. Retornando a Anápolis publicou panfleto em que denunciava à população as perseguições sofridas.
Estava distribuindo: “ Uma Voz que Não se Cala diante das Ameaças!”, nas dependências da prefeitura que funcionava na Praça do Bom Jesus, quando avistou os policiais que o prenderam nas vezes anteriores. Correu para o gabinete do prefeito Henrique Santillo, onde me encontrava. Fiquei com ele até que a noite chegasse. Escuro, ruas desertas, entrei no meu carro para lhe dar carona e fuga. Mal sentou-se ao banco do carona, quando dois policiais a paisana, fortemente armados nos deram voz de prisão. Quando me reconheceram, pois era deputado estadual, pediram mil desculpas e alegaram que o levariam para um depoimento na Policia Federal e em seguida seria liberado.
Dali o levaram para prisão onde sofreu todo tipo de humilhação, agressões e torturas. Nenhum de nós do grupo santillista sabíamos para onde fora levado. Só depois de muito tempo soubemos que se encontrava em Brasília. Continuava apanhando para que renunciasse a presidência da Câmara. Enquanto isso os 5 vereadores da Arena, mais os 3 do MDB que faziam oposição a Henrique Santillo, elegeram um novo presidente para dirigir a edilidade municipal. Assumiram a sede da Câmara, que funcionava no edifício do Clube Recreativo Anapolino, à Rua Barão do Rio Branco.
Os 7 do MDB, fiéis a Henrique Santillo, passaram a se reunir no antigo prédio da Biblioteca Pública Municipal Zeca Batista, á Praça Americano do Brasil, sob a presidência do secretário Walter Gonçalves de Carvalho. A questão foi parar na justiça... (Continua)
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