Em abril de 1972 foi inaugurada a Base Aérea dos Mirage em Anápolis. Falava-se na transformação do Município em Área de Segurança Nacional. Acreditando numa vitória arenista a ideia foi adiada.
Para a eleição daquele ano, o MDB indicou como candidato a prefeito, o professor José Batista Júnior. Querido e respeitado pela população e pelos companheiros de partido. Havia comandado a educação e a cultura do Município. José Batista seria protagonista de uma das mais emocionantes disputas pela prefeitura de Anápolis.
Seu adversário, professor Eurípedes Barsanulfo Junqueira, era tido como funcionário público municipal exemplar. Começou como contínuo, chegando à chefia de gabinete do prefeito nas administrações de Hely Alves Ferreira e Jonas Duarte. Havia passado pela direção do Colégio Estadual “José Ludovico de Almeida”, principal colégio da cidade. Em 1965, cogitado para ser candidato em substituição ao prefeito Jonas Duarte, abriu mão para Raul Balduíno. Era, sem dúvida, a pessoa mais forte que a Arena poderia lançar.
José Batista, também, um político coerente e tradicional, se apresentava como o candidato da luta pela redemocratização do País e único capaz de dar continuidade ao trabalho realizado pelo grupo santilista.
A tese defendida por Eurípedes foi a de que Anápolis ganharia com a sua eleição por que ele teria a mão esquerda estendida ao Governo Estadual e, a direita, ao Governo Federal. Fez, pessoalmente, a campanha paz e amor. Sem o ódio e radicalismo, como a maioria dos que o apoiavam. Sua mensagem era, especialmente, levada às mães. Era tido pelos analistas políticos como imbatível.
Não havendo eleição para prefeito em Goiânia, a estrutura do Governo Estadual, para ganhar a eleição, foi transferida para Anápolis. Lei eleitoral falha, justiça desaparelhada, sem termos a quem recorrer, incentivávamos o eleitor a receber as benesses oferecidas pelo Governo, mas que votasse em José Batista Júnior:
- “Peguem o dinheiro, carteira de motorista, material de construção que estão lhe oferecendo, mas votem contra quem está tentando comprar seu voto. Diga não à corrupção e à escravidão. Vote pela liberdade. Vote José Batista Júnior.”
A Rádio Imprensa, pertencente ao médico Henrique Fanstone, presidente municipal da Arena, fazia a campanha arenista. Transmitia, todas as noites, os comícios de Junqueira. A Rádio Carajá comandada pelo MDB autêntico, defendia a administração Henrique Santillo, a candidatura de José Batista Júnior e transmitia, diariamente, os seus comícios.
Os emedebistas que romperam com o prefeito Henrique Santillo, criaram um grupo que se auto-intitulou “MDB Positivo” em apoio a Eurípedes Junqueira. Fernando Cunha Júnior e Ronaldo Jayme, por serem detentores de mandatos, não subiram ao palanque de Eurípedes Junqueira. Os demais emedebistas, adesistas, fizeram parte do palanque arenista. No palanque de José Batista Júnior, Henrique Santillo, Anapolino de Faria, os sete vereadores que apoiavam o prefeito, dentre eles o candidato a vice Milton Alves Ferreira; João Abrão, Presidente do MDB, Romualdo Santillo, eu e lideres populares.
Certos que num debate pela televisão Eurípedes Junqueira venceria José Batista, a Arena comprou o horário mais importante da TV Anhanguera, o único canal de televisão, até então, existente em Goiás, para o confronto, marcado para as 19 horas de um domingo... (continua)
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