Sábado passado, dia 19 de junho, tive a satisfação e motivo para recordar um pouco do meu tempo de jovem. Época de estudante no colégio estadual José Ludovico de Almeida. Além de estudar militava na política estudantil. Por ser o maior estabelecimento educacional de Anápolis, o colégio estadual, era também o celeiro em que se formavam as grandes lideranças políticas de Anápolis. Estivemos no colégio São Francisco de Assis, um dos mais conceituados de Anápolis, participando de debate com os estudantes, ao lado de Odilon Alves, diretor e redator da revista Planeta Água; Paulo Gonçalves, professor e jornalista; Maria de Lourdes, professora de Alemão e jornalista e Onaide Santillo, radialista e apresentadora de programa na TV-14 de Anápolis. Fomos convidados pelos professores Marcos Aurélio Divino e Wilma. Discutimos temas do momento e sobre a profissão de jornalista com os concluíntes do 3° ano do ensino médio daquele colégio.
Embora não tenha estudado no colégio São Francisco, tive ótimo relacionamento com os estudantes daquele colégio quando militava na política estudantil. Em 1963, juntamente com Eles Alves Nogueira, Levy Schiettini, Valmir Bastos Ribeiro e Jacy Fernandes, acabamos com o isolamento dos estudantes de Anápolis. Transformamos a União Independente dos Estudantes Anapolinos – UIEA em União dos Estudantes Secundaristas de Anápolis – UESA, vinculada à União Goiana dos Estudantes Secundaristas – UGES. Fui eleito seu primeiro presidente, como candidato único, num pleito direto, com a participação de todos os estudantes secundaristas do município. Dos colégios particulares o mais conceituado e numeroso era o São Francisco. Escolhi meu companheiro de chapa para a vice presidência entre os franciscanos.
A maior emoção ficou por conta de relembrar que por aquelas escadarias pomposas e salas amplas e arejadas do tradicional São Chico, havia passado, por três anos consecutivos, meu irmão Henrique Santillo, que viria se transformar no futuro governador de Goiás. Uma das mais autênticas lideranças políticas do Brasil, no combate à ditadura. Henrique Santillo foi o mais aplicado e dedicado aluno de toda história do Colégio São Francisco de Assis. Fundador do seu grêmio estudantil, Clarim das Letras e das Artes. Foi também seu primeiro presidente. Os colegas de Henrique Santillo, no colégio São Francisco, como Geraldo Fleury Curado, afirmam que ele era para os companheiros de classe o conselheiro e professor que todos consultavam.
Há algum tempo atrás recebi como presente do amigo Mauro Gonzaga Jaime, o Pastinha, alguns exemplares do jornal Arauto dos Reis, órgão informativo do colégio nos anos 50, em que divulgava as melhores notas obtidas pelos alunos em cada mês. Em todos os meses Henrique Santillo figura em primeiro lugar, na sua turma. Era estudioso sem alienação política. Pelo contrário, como estudante secundarista em Anápolis e universitário em Minas Gerais, onde cursou medicina na UFMG, foi atuante politicamente. Presidente do Diretório Acadêmico da faculdade de medicina, presidente do DCE mineiro e presidente da UEE, sem deixar de ser o estudante brilhante dos tempos de secundarista, realizando todo curso de medicina, como o primeiro aluno da turma.
Relembrei todas essas passagens de um cidadão que foi a grande referência da qualidade do ensino do Colégio São Francisco de Anápolis no passado, sob a direção do frei Chicão. Naquele prédio antigo, muito bem conservado e repleto de histórias, eu e os demais convidados, vimos o São Francisco moderno. O Projeto IPOCAR – Investigação, Produção, Opinião, Cidadania, Argumentação e Realidade, do qual participamos, além de preparar os estudantes no conhecimento profundo dos acontecimentos cotidianos, os ajuda na tomada de uma decisão mais segura em busca do seu futuro profissional. Os tempos mudaram, mas o Colégio São Francisco continua moderno e atualizado, formando estudantes cônscios da sua responsabilidade como cidadãos.
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