Registramos no post passado que os governistas,
integrantes da Aliança Renovadora Nacional (Arena), vasculharam os
arquivos da Prefeitura Municipal com o intuito de encontrar alguma coisa
fora do normal que pudesse incriminar o ex-prefeito Henrique Santillo.
Acharam, na Procuradoria Municipal, minuta de um decreto de isenção de
impostos municipais à Panificadora Bom Jesus, pertencente a amigos do,
então, prefeito. Como se tratava, apenas, de minuta, o deputado Elcival
Caiado ficou desconsertado na Assembleia Legislativa, ao falar da
isenção, com base na minuta. Mesmo que tivesse sido assinada, não seria
ilegal, porque havia uma lei municipal que garantia o benefício.
Henrique Santillo só não concedeu a isenção porque os empresários eram
do seu relacionamento pessoal e político.
Fracassada essa manobra, os arenistas partiram para outros
expedientes. Ao passar o comando da Prefeitura de Anápolis para seu
sucessor, José Batista Júnior (MDB), o médico Henrique Santillo, voltou a
atender no Hospital Santa Paula, onde era um dos seus proprietários.
Pediatra, humanitário, estudioso e competente, imediatamente viu seu
consultório frequentado por centenas de pais levando os filhos aos seus
cuidados.
O Ministério da Previdência e Assistência Social, através do INPS,
havia implantado, em Anápolis, um Plano Piloto, que deveria ser
estendido à saúde pelo Instituto, para todo o Brasil. O plano
estabelecia o número máximo de atendimento mensal por cada médico
credenciado. O que passasse do número máximo de consultas era,
automaticamente, glosado pelo INPS. O instituto só pagava até o teto
permitido. O que passava o médico não recebia.
A maioria dos médicos trabalhava nos 10 primeiros dias do mês,
completava sua cota e só voltava a atender pelo instituto de previdência
no mês seguinte. Henrique Santillo, independentemente de receber, ou
não, atendia todas as crianças que chegavam ao seu consultório. Recebia
do INPS apenas o fixado como cota pelo Ministério da Previdência e
Assistência Social.
Com esse diferencial de atendimento, os casos de internação por
ele encaminhados eram maiores que os demais pediatras credenciados pelo
INPS, em Anápolis. É lógico: se outros médicos atendiam a 100 crianças
por mês, e, Henrique Santillo 300, sempre haveria diferença no número de
crianças necessitadas de internação. O INPS era dirigido por indicados
da Arena, nossos adversários políticos. Denunciaram que Henrique estava
internando mais crianças do que o necessário. Faziam comparação com os
demais pediatras. Não procuraram saber o porquê daquela diferença. Foi
descredenciado pelo Ministério da Previdência.
Foram momentos difíceis. Não podia deixar de atender à população,
mas precisava tirar dali, o sustento da família. Como o INPS pagava
dois cruzeiros por cada consulta, passou a cobrar de quem tinha condição
de pagar, os dois cruzeiros. A maioria, como fazia no atendimento pelo
instituto, não pagava nada.
O Sindicato dos Médicos de Anápolis, a Associação Médica e seus
colegas foram em caravana a Brasília, protestar contra o seu
descredenciamento. Esclarecida a questão, a diretoria do INPS se
redimiu, e o Ministério da Previdência o recredenciou.
Foi mais uma tentativa frustrada dos arenistas goianos para
enquadrá-lo politicamente ou forçar sua mudança de Anápolis, de
preferência para outro Estado... (Continua).
Nenhum comentário:
Postar um comentário