Filiado ao MDB, e registrado candidato a vereador pelo partido, fomos à luta em busca do voto. Romualdo, radialista conceituado, estimado e de muita credibilidade, fez a campanha entre os colegas de trabalho. Como Presidente da Liga Anapolina de Desportos; ex-presidente do Grêmio Literário Castro Alves, do Colégio Estadual José Ludovico de Almeida e da União dos Estudantes Secundaristas de Anápolis - UESA, trabalhei junto aos dirigentes esportivos, atletas e estudantes. Nosso pai Virgínio, levou o nome de Henrique aos comerciantes, fornecedores de cereais, corretores e chapas. Nossa mãe Elydia às suas comadres e amigas. Henrique trabalhou junto aos clientes, alunos do Colégio Estadual, lideranças comunitárias e companheiros da área de medicina.
Campanha silenciosa. Pé na estrada. Os analistas políticos municipais elaboravam suas listas de prováveis eleitos e não o incluíam entre eles. Não era de se admirar, pois pelo MDB, os candidatos apontados pelos especialistas como vitoriosos eram os que disputavam a reeleição; representantes de distritos como Souzânia (Homero Siqueira) e Campo Limpo (Adão Mendes Ribeiro); lideres religiosos ou integrantes de famílias numerosas.
As cédulas eram individuais, com o nome do candidato, colocadas em envelopes rubricados pelos mesários. No dia da eleição amigos eleitores de Henrique tiveram que confeccionar à máquina de escrever, cédulas para urnas do setor central da Cidade. As que haviam sido destinadas a cada sessão eleitoral foram em quantidade insuficiente ou retiradas por adversários. Encerrada a apuração, Santillo obteve 1.536 (hum mil quinhentos e trinta e seis) votos. Mais de 10% dos votos válidos. Votação que jamais havia sido alcançada por outro candidato e até hoje recorde no Município.
A expressiva e surpreendente vitória de Henrique Santillo, com mais de 200 votos sobre Elias Abrão, que alcançou mais de 1.200 (hum mil e duzentos) sufrágios, alvoroçou os adversários. Não tinham explicação lógica para o ocorrido.
Na diplomação dos eleitos, o Juiz Eleitoral, Manoel Luiz Alves, diplomou 14 dos 15 eleitos. Deixou de diplomar Henrique Santillo sob a alegação que seria ele fichado como comunista na G-2 da Polícia Militar de Minas Gerais. Os arenistas elaboraram um calhamaço de denúncias apócrifas, dizendo que como estudante Henrique Santillo teria sido preso várias vezes pela policia mineira; que não estudava e só fazia agitação política; que era fichado como agitador no Dops de Belo Horizonte e fichado como comunista na G-2 da Polícia Militar de Minas Gerais. O juiz aceitou a denúncia e não o diplomou. Tínhamos pela frente um obstáculo tão, ou mais difícil, que vencer a eleição...
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